Sacramento da Eucaristia

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CATEQUESE PRIMEIRA EUCARISTIA - Responsável: Solange D’Atri 

Para participar da catequese de preparação para Primeira Comunhão entre em contato com a Secretaria Paroquial.



 

DO DIRETÓRIO DOS SACRAMENTOS DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

EUCARISTIA

 

A. ASPECTOS TEOLÓGICOS

103. O sacramento da eucaristia faz parte da iniciação cristã. Pela

comunhão eucarística, aqueles que foram salvos em Cristo pelo

batismo e a Ele mais profundamente configurados pela

confirmação participam com toda a comunidade do sacrifício do

Senhor (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1332; PO 5b).

104. Jesus cumpriu sua promessa de instituir a eucaristia (Jo 6,51.54-

56) na última ceia que celebrou com seus discípulos, antes de se

oferecer em sacrifício ao Pai, em memória de sua morte e

ressurreição, e ordenou aos seus que a celebrassem até a sua

volta (Mt 26,17-29; Mc 14, 12-25; Lc 22,7-20; 1 Cor 11,23-27),

constituindo os sacerdotes do Novo Testamento (cf. Catecismo

da Igreja Católica, 1337).

105. De fato, “na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o

pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo,

que é para vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo,

após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a

nova aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes,

fazei-o em memória de mim’. Todas as vezes, pois, que comeis

desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor,

até que ele venha” (1Cor 11,23-26).

106. A eucaristia, ação de graças (Lc 22,19), é também conhecida

como ceia do Senhor (1Cor 11,20), fração do pão (At 2,42.46;

20,7.11), assembléia eucarística (1Cor 11,17-34), memorial da

paixão e da ressurreição do Senhor (Lc 22,19), santo sacrifício,

sacrifício de louvor (Hb 13,15), sacrifício espiritual (1Pd 2,5),

sacrifício puro e santo (Ml 1,11), santo sacrifício da missa,

santíssimo sacramento, comunhão, santa missa (cf. Catecismo

da Igreja Católica, 1328-1330).

107. A Igreja denomina de transubstanciação a mudança de toda a

substância do pão na substância do Corpo de Cristo Nosso Senhor

e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue (cf.

Catecismo da Igreja Católica, 1374-1376). O santíssimo

sacramento da eucaristia contém verdadeiramente, realmente e

substancialmente o Corpo e o Sangue, juntamente com a alma e

a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, Cristo todo.

“A eucaristia é a presença salvífica de Jesus na comunidade dos

fiéis e seu alimento espiritual (...), é dom por excelência, porque

dom dele mesmo, da sua pessoa na humanidade sagrada, e

também de sua obra de salvação” (EE 9.11).

108. Pelo sacrifício eucarístico de seu Corpo e Sangue, o Senhor

“perpetua pelos séculos, até que volte, o Sacrifício da Cruz,

confiando assim à Igreja, sua dileta Esposa, o memorial de sua

morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade,

vínculo de caridade, banquete pascal, em que o Cristo nos é

comunicado em alimento, o espírito é repleto de graça e nos é

dado o penhor da futura glória” (Sacrosanctum Concilium, 47).

109. “O sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição do

Senhor, em que se perpetua pelos séculos o sacrifício da cruz, é

o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é

significada e se realiza a unidade de todo o povo de Deus, e se

completa a construção do corpo de Cristo (cân. 897). “Os demais

sacramentos, como, aliás, todos os ministérios eclesiásticos e

tarefas apostólicas, se ligam à sagrada eucaristia e a ela se

ordenam, pois a santíssima eucaristia contém todo o bem espiritual

da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa páscoa e pão vivo,

dando vida aos homens, através de sua carne vivificada e

vivificante pelo Espírito Santo” (PO 5b; cân. 897).

110. Na eucaristia, Cristo une sua Igreja e todos os seus membros ao

sacrifício de louvor e de ação de graças que, de uma vez por

todas, ofereceu na cruz ao Pai; por este sacrifício, derrama sobre

a Igreja as graças da salvação.

111. A eucaristia impele a participar na missão de Cristo: anunciar a boa

nova da salvação, denunciar o pecado, estar a serviço do reino.

B. ORIENTAÇÕES PASTORAIS

Quem pode receber a eucaristia

112. A Igreja, em obediência à ordem de Jesus, recomenda vivamente

aos fiéis que participem da Ceia do Senhor, memorial de sua morte

e ressurreição. Devem os fiéis ser orientados e preparados para

receberem o pão eucarístico toda vez que participam da celebração

da eucaristia. Mas existe a obrigação de comungar pelo menos

uma vez por ano, no tempo pascal (cf. cân. 920, §§1e 2).

113. Qualquer batizado, não proibido pelo direito, pode e deve ser

admitido à Ceia do Senhor e participar da mesa da sagrada

comunhão (cf. cân. 912).

114. Se alguém tem consciência de ter pecado mortalmente, não deve

comungar sem antes receber a absolvição no sacramento da

penitência (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1415; cf. cân. 916).

115. Não podem receber a eucaristia pessoas sob excomunhão,

interdição e persistência em pecado grave manifesto (cf. cân. 915).

Eucaristia

116. Amasiados e divorciados que contraíram nova união não podem

ser absolvidos e não podem receber a comunhão eucarística

(Familiaris Consortio, 84; Reconciliatio et Paenitentia, 34;

Catecismo da Igreja Católica, 1650).

117. Quem vai receber a eucaristia deve abster-se de alimentos e

bebidas, exceto água e remédio, ao menos uma hora antes da

comunhão (cf. cân. 919, §1).

I. Sacerdotes que celebram duas ou três missas no mesmo

dia podem tomar alguma coisa antes da segunda ou terceira

celebração, mesmo que não haja espaço de uma hora (cf.

cân. 919, §2).

II. Pessoas idosas e enfermas e as que cuidam delas podem

comungar, mesmo que tenham tomado alguma coisa na

hora que antecede (cf. cân. 919, §3).

Administração da santíssima eucaristia a crianças

118. Para que recebam a santíssima eucaristia, as crianças devem

ter suficiente conhecimento e cuidadosa preparação, de modo

que possam compreender o mistério de Cristo, de acordo com

sua capacidade, e receber o Corpo do Senhor com fé e devoção

(cf. cân. 913, §1).

Contudo, em perigo de morte, pode-se dar a sagrada

comunhão a crianças que saibam discernir o Corpo de Cristo

do alimento comum e reverenciar a santíssima eucaristia

(cf. cân. 913, §2).

119. Como regra geral, a eucaristia deve ser ministrada a crianças

em torno dos nove anos de idade.

120. Antes de receberem a eucaristia, as crianças confessarão

individualmente. Para que o primeiro contato com o confessor

seja realizado em clima de confiança, o confessor deverá encontrar

o tempo necessário para acolher e escutar cada criança. É

recomendável que se faça uma celebração para dar ênfase a

este momento de reconciliação, cujo sentido profundo se encontra

na morte e ressurreição do Senhor (cf. Ritual da Penitência).

Preparação das crianças para a eucaristia

121. É responsabilidade do pároco evitar que recebam a eucaristia

crianças que não estiverem devidamente preparadas e para isso

dispostas (cf. cân. 914). Os párocos, enquanto educadores da fé

(PO, 6), não descuidarão de uma atividade catequética bem

estruturada e bem orientada (CT, 65). Cuidarão da escolha de

catequistas preparados e de sua formação permanente.

122. Preparar as crianças para a vida eucarística é dever, também,

dos pais ou responsáveis e da comunidade.

123. As crianças que se preparam para a eucaristia deverão

receber também uma sólida formação para o sacramento

da reconciliação.

Objetivos e metodologia

124. A catequese da eucaristia não tem finalidade apenas sacramental,

mas visa a um processo contínuo na vida cristã. Por isso, ela

deve focalizar a atenção das comunidades no processo

catequético, e não só na recepção do sacramento, ou na “primeira

eucaristia”. Mais do que preparar para a “primeira” eucaristia,

esta catequese prepara para a vida eucarística, a fim de que,

“reunidos pelo Espírito num só corpo, nos tornemos em Cristo

um sacrifício vivo”, para o louvor da glória de Deus (Oração

Eucarística IV).

125. A catequese da eucaristia destina-se a introduzir as crianças de

modo orgânico no mistério da Páscoa, na ceia eucarística e na

vida da Igreja, proporcionando-lhes uma preparação imediata

para a celebração dos sacramentos (cf. CT 37). Para isto, deve:

I. Utilizar as modernas orientações da pedagogia, nas quais a

criança é sujeito do processo formativo.

II. Usar linguagem acessível às crianças.

III. Partir dos textos bíblicos, das celebrações litúrgicas e da

vida da criança, segundo sua própria psicologia.

IV. Utilizar recursos didáticos apropriados para explicitar a fé,

com destaque para a união entre fé, vida e celebração.

V. Apresentar Jesus Cristo como o “pão vivo, descido do céu”,

Aquele que mata a fome do sentido da vida.

VI. Mostrar o sentido e a dimensão vital dos sacramentos,

especialmente da Eucaristia.

VII. Comunicar às crianças a alegria de serem testemunhas

de Cristo no meio em que vivem (cf. CT 37).

VIII. Introduzir as crianças na preparação e na participação

das liturgias da comunidade.

IX. Despertar atividades que motivem a inserção na vida

da Igreja.

X. Estimular o gosto pela oração individual e comunitária.

Tempo e local da preparação

126. A catequese de preparação das crianças à eucaristia terá, em

princípio, a duração de dois anos. Cada diocese, no entanto,

segundo seu critério, poderá realizá-la em um tempo menor.

Insista-se na catequese de perseverança.

127. A preparação deverá ser feita, como regra geral, na paróquia ou

comunidade em que os pais participam. Poderá realizar-se em

colégios e centros comunitários, desde que esta preparação seja

reconhecida pelo bispo diocesano e atenda às orientações da

diocese, quanto ao tempo de duração e ao conteúdo, em

comunhão com a paróquia local, que fará o devido registro.

Conteúdo mínimo

128. Os temas a seguir formam o conteúdo mínimo da catequese

para a eucaristia:

I. A Bíblia é a Palavra de Deus.

a) Celebração da entrega da Bíblia às crianças.

b) Orientações sobre a Bíblia.

II. Antigo Testamento: Alianças

a) Abraão: pai de um povo que tem fé / Isaac/

Esaú/Jacó.

b) Noé: prefiguração da salvação pelo batismo.

c) Moisés: o povo de Deus peregrino; Êxodo: o

alimento do céu (maná), a aliança.

d) Mandamentos: caminho para buscar a felicidade.

III. Novo Testamento: a Nova Aliança em Jesus Cristo

a) Encarnação do Verbo de Deus.

b) A mãe de Jesus.

c) A infância de Jesus.

d) O batismo: início da missão de Jesus.

e) Jesus forma um grupo: os Apóstolos.

f) Jesus nos ensina a repartir (Mt 14, 13-21 e Jo 6).

g) As parábolas: Jesus fala do reino de Deus; o bom

samaritano - prova de amor.

h) Morte e ressurreição de Jesus (Ele desagradou a

sociedade de seu tempo).

IV. A Ceia Pascal e Santa Missa

a) A Ceia Pascal do Antigo Testamento.

b) Instituição da eucaristia (Mt 26, 26-29 e Lc 22, 7-23).

c) A Santa Missa: mesa da palavra e mesa eucarística.

d) Os tempos litúrgicos: Advento, Natal, Quaresma,

Páscoa e Tempo Comum.

V. O Mistério da Igreja

a) A Santíssima Trindade.

b) A Igreja é o povo de Deus.

c) A identidade missionária da Igreja.

d) Visão geral sobre os sacramentos.

VI. Oração Pessoal e Comunitária

a) As principais orações da Igreja.

b) Participação nas liturgias dominicais.

c) Preparação e execução de momentos litúrgicos

com os catequizandos.

VII. A reconciliação com Deus e os irmãos.

a) Jesus, amigo dos pecadores (Mateus 11,19); o filho

pródigo (Lc 15,11-32); Zaqueu (Lc 19,1-10);

a pecadora (Mt 26,6-13).

b) Reconciliação com a comunidade (Mt 5,23-24 e

18,15-22).

c) Passos para a reconciliação sacramental: exame

de consciência, arrependimento, acusação dos

pecados ao sacerdote, propósito, penitência e

absolvição.

A celebração da Primeira Eucaristia

129. A primeira eucaristia será celebrada com simplicidade. É

recomendável:

I. o uso de vestes simples, dignas e decentes, que respeitem

a dignidade do sacramento, evitando gastos inúteis e

desigualdade entre os comungantes;

II. que a paróquia adote para a cerimônia um traje padronizado,

ao alcance de todos.

130. Os pais participem da preparação e da celebração, conforme a

programação da paróquia.

131. Compete ao pároco e à equipe de catequese, com bom senso e

caridade pastoral, apresentar soluções para as dificuldades de

crianças cujos pais estejam em situação irregular ou que não

freqüentem a Igreja.

Catequese de perseverança

132. Após a recepção da primeira eucaristia, as crianças continuem a

catequese em grupos de perseverança, participem da vida

litúrgica e das atividades paroquiais.

Preparação dos adultos para a primeira Eucaristia

133. É dever da comunidade abrir espaço à formação específica para

a primeira eucaristia de adultos, de acordo com as condições e

possibilidades de cada um.

134. É louvável seguir o ano litúrgico na preparação dos adultos para

receberem a eucaristia, conforme o Ritual de Iniciação Cristã de

Adultos - RICA).

135. Os adultos que se preparam para a primeira eucaristia devem

participar da comunidade e receber uma catequese própria, de

tal modo que possam:

I. perceber o chamado de Deus na realidade e, assim, fazer a

ligação entre fé e vida;

II. “recordar o acontecimento supremo de toda a história da

salvação, com o qual os fiéis se unem pela fé, isto é, a

Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo

(Diretório Catequético Geral, 44);

III. “entender como o mistério salvífico de Cristo, através do

Espírito Santo e do ministério da Igreja, atua hoje e em todos

os tempos, levando-os a reconhecer seus deveres para com

Deus, consigo mesmos e com o próximo” (Diretório

Catequético Geral, 44);

IV. “dispor os corações para a esperança na vida futura (...)

que permite julgar corretamente os valores humanos e

terrenos, reduzindo-os às suas justas proporções, sem

contudo desprezá-los como inúteis” (Diretório Catequético

Geral, 44);

V. compreender que são convidados a participar com toda a

humanidade na construção de uma sociedade humana

melhor (Diretório Catequético Geral, 29; GS 39,40-43);

VI. ter “uma participação ativa, consciente, autêntica na

liturgia da Igreja” e ser educados “para a oração, a ação

de graças, a penitência, o sentido comunitário, uma

compreensão adequada dos símbolos...” (Diretório

Catequético Geral, 25).

Orientações Litúrgicas para a Celebração da Eucaristia

136. “O sacrifício de Cristo e o sacrifício da eucaristia são um único

sacrifício. A missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais

um, nem o multiplica. O que se repete é a celebração memorial,

de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se

atualiza incessantemente no tempo” (EE 12).

137. O povo cristão tem direito à celebração da eucaristia no domingo,

Dia da Ressurreição, Dia do Senhor, como também nas festas

de preceito e, quanto possível, diariamente.

138. Por falta de ministro ordenado ou por outra grave causa, se a

participação na celebração eucarística se tornar impossível, o

povo cristão tem o direito de que o bispo providencie, segundo

as possibilidades, para que haja uma celebração da palavra para

tal comunidade no domingo (cf. IRS 164-165).

139. “Sendo a paróquia uma ‘comunidade eucarística’, é normal que

se juntem, nas missas dominicais, os grupos, os movimentos,

as associações, e as comunidades menores que a integram. É

por isso que aos domingos, dia da assembléia, não se deve

favorecer as missas de pequenos grupos” (DD 36).

LITURGIA DA EUCARISTIA

Ritos iniciais

140. A comunidade seja instruída para saber que constitui o corpo

místico de Cristo, a Igreja, desde o momento em que se reúne

no espaço celebrativo. Para tanto, seja criada uma atitude

comunitária de oração.

Liturgia da palavra

141. Na liturgia da palavra, é Deus que fala a seu povo, é Cristo que

fala à sua Igreja. Por essa razão, “não é permitido omitir ou

substituir por iniciativa própria as leituras bíblicas prescritas, nem

o salmo responsorial” (IRS 62).

142. As leituras da palavra, do salmo responsorial e da aclamação do

evangelho sejam feitas no ambão, diretamente do lecionário.

A homilia

143. Em circunstâncias particulares, poderão os fiéis leigos fazer a

partilha da palavra, conforme orientações do Doc. 52 da CNBB,

fora da missa, numa igreja ou capela. Isto se dará somente na

falta de ministros sagrados ordenados e não se transformará, de

caso absolutamente excepcional, em fato corriqueiro. A licença

para isso, ad actum, compete ao ordinário do lugar e não aos

sacerdotes ou diáconos (cf. IRS 161). Na missa dominical, nunca

falte a homilia do presidente da celebração.

Liturgia eucarística

144. “Sejam utilizadas somente as orações eucarísticas encontradas

no Missal Romano ou legitimamente aprovadas pela Sé

Apostólica, segundo os modos e os termos por ela definidos”

(IRS 51).

145. A oração eucarística é uma grande oração de louvor ao Pai, por

Cristo, com Cristo e em Cristo. Por isso, a consagração não pode

ser interrompida por cantos de adoração, procissões com o

Santíssimo, nem seguida de qualquer canto que não seja a

resposta ao: “Eis o mistério da fé.” Sejam utilizadas apenas as

respostas previstas no missal (cf. CNBB, Doc. 53 - Orientações

para a RCC).

O Pai Nosso

146. A oração do Pai Nosso, se cantada, não deve ser substituída por

outros textos, mas feita no original. O mesmo se diga do Glória,

do Santo e do Cordeiro de Deus.

A comunhão sob as duas espécies

147. A distribuição da comunhão sob as duas espécies exige um

cuidado especial, conforme as circunstâncias locais. Para este

assunto, seguir as orientações do Diretório Litúrgico da CNBB e

da Instrução Geral sobre o Missal Romano.

Distribuição da comunhão aos fiéis

148. Quanto à comunhão, “é preferível que os fiéis possam recebê-la

com hóstias consagradas na mesma missa” (cf. IRS 89).

149. “O fiel leigo, que já recebeu a santíssima eucaristia, pode

recebê-la novamente no mesmo dia, somente na celebração

eucarística em que participa” (IRS 95), salvo prescrição do cân.

921, §2.

150. Dar especial atenção para que o comungante coma a hóstia

diante do ministro, de tal modo que ninguém se afaste levando

na mão as espécies eucarísticas. A comunhão do Corpo do

Senhor é alimento para a caminhada do povo peregrino, e não

momento de adoração.

A purificação dos vasos sagrados

151. A purificação dos vasos sagrados deve ser feita logo após a

distribuição da comunhão pelo sacerdote ou diácono. Se houver

muitos vasos, poderá ser feita logo após a missa, com o auxílio

do acólito (cf. IRS 119).

Avisos e comunicações

152. A oração depois da comunhão, que se segue ao silêncio, constitui

propriamente a conclusão do rito de comunhão. Somente após

sua recitação podem ser feitos os avisos e comunicações breves

ao povo.

Livros litúrgicos

153. Na celebração da missa, sacramentos e sacramentais, utilizemse

sempre os livros litúrgicos, que deverão estar atualizados:

Missal Romano, Lecionário Dominical, Semanal e Santoral,

Ritual de Exéquias, Ritual de Ordenações etc. Jamais usar

folhetos ou livretos para presidir, o que empobrece e desvaloriza

o sinal celebrativo.

O espaço sagrado

154. A missa deve ser celebrada num lugar sagrado, a não ser que a

necessidade exija outra forma (IRS 108).

155. Sobre o altar para a eucaristia, estejam o missal, o cálice, a

patena e as âmbulas. Permitem-se velas e flores naturais (que

também podem estar dispostas ao lado, em pedestais); os dons

e símbolos, trazidos no ofertório ou em outros momentos, não

devem ser deixados sobre o altar, mas numa mesa à parte ou

diante do altar, no chão.

Os vasos sagrados

156. Os cálices, âmbulas e patenas deverão ser prateados ou

dourados, evitando-se o vidro, cristal ou barro, por sua fragilidade,

porosidade ou pouco respeito. As galhetas, igualmente, sejam

dignas do culto (cf. IRS 117).

Saudações e orações

157. O presidente da celebração deve dizer “O Senhor esteja

convosco” e não “conosco”. Assim também na bênção final.

Também o diácono, ao proclamar o Evangelho.

158. As orações da coleta, oferendas, pós-comunhão, a doxologia

“Por Cristo, com Cristo...” e a oração pela paz são exclusivas do

presidente e não do povo.

159. Avisos, convites, homenagens e testemunhos de vida, é preferível

que sejam realizados fora da missa.

Língua

160. “A missa celebra-se em língua latina ou em outra língua, desde

que se recorram a textos litúrgicos aprovados segundo a norma

do direito” (cf. IRS 112). Para o bem dos fiéis, convém que a

missa seja celebrada na língua vernácula.

161. “Quando a missa é concelebrada por mais sacerdotes, ao rezar

a oração eucarística, usa-se a língua conhecida por todos os

sacerdotes ou pelo povo reunido” (IRS 113).

Ministros extraordinários da sagrada comunhão

162. A denominação correta é ministro extraordinário da santa

(sagrada) comunhão. Deve ser corrigido o uso das

denominações: “ministro especial da santa comunhão” ou

“ministro extraordinário da eucaristia” ou “ministro especial da

eucaristia” (IRS 156).

163. São fiéis leigos, delegados pelo bispo diocesano, ad actum ou

ad tempus (IRS, 155).

164. Não podem usar túnica, mas uma veste que expresse o

serviço ministerial.

165. Condições para ser ministro extraordinário da santa comunhão:

I. dar testemunho de amor à Eucaristia;

II. ter recebido os sacramentos da iniciação cristã;

III. ser pessoa que constrói a comunhão na comunidade;

IV. ter disponibilidade para servir não apenas na celebração

da missa, mas fora dela;

V. ser humilde e obediente às orientações da Igreja;

VI. se solteiro(a), que tenha um comportamento respeitoso e

maturidade suficiente para assumir este serviço;

VII. ter, pelo menos, 25 anos completos.

Equipe de celebração

166. Haja sempre uma equipe de celebração, aberta à participação

de um número maior e mais variável de pessoas, que vão se

revezando na animação das missas. O presbítero participará o

mais possível da preparação com esta equipe, orientando,

incentivando e formando os fiéis.

167. Cabe ao animador ou comentarista motivar a assembléia e dispor

os corações, de modo amável e sucinto.

168. Cabe à equipe, com suas idéias, presença e serviço, ajudar a

assembléia a vivenciar o verdadeiro encontro comunitário com

o Pai, por Cristo vivo, no Espírito Santo, manifestado nas orações

e no canto, em gestos e posições do corpo, no ritmo, na dança e

nos instrumentos musicais, para se chegar a uma celebração

inculturada, significativa e mistagógica.

Música litúrgica e pastoral

169. Que as missas aos domingos sejam solenes e com cantos

litúrgicos, para suscitar uma participação viva e frutuosa de todos,

expressão da vida cotidiana, imersa no mistério de Cristo e da

Igreja.

170. A música e o canto correspondam ao espírito do tempo litúrgico,

da celebração litúrgica e ao momento da celebração, levando

ainda em consideração a cultura e a realidade do povo que

celebra, pois expressam, de modo eminente, a natureza própria

da ação sacramental da Igreja.

171. Que se cantem hinos que atendam aos critérios da música

litúrgica, e não porque pertencem a este ou àquele movimento.

172. As letras dos cantos tenham mais inspiração bíblica e menos

sentimentos individuais, pois devem expressar a natureza

comunitária da liturgia.

173. Seja dada preferência aos cantos que fazem parte do rito,

juntamente com os cantos que acompanham o rito (cf. Estudos

da CNBB, nº. 79, A música na liturgia, pp. 122 a 144).

174. Os cantos de entrada, preparação das oferendas e comunhão

devem cessar assim que terminar o correspondente rito.

I. Deve-se priorizar, cantando sempre: o salmo responsorial,

o aleluia, as aclamações das orações eucarísticas e o santo,

pois fazem parte do rito.

II. O salmo responsorial não pode ser substituído por

outro canto.

175. Cabe ao dirigente do canto ou ao comentarista, igualmente de

modo breve, anunciar e convidar o povo a cantar.

176. No abraço da paz, cumprimentem-se somente os que estão ao

lado e, se houver canto, que seja breve.

177. Durante a oração eucarística, as aclamações devem ser cantadas

conforme os textos do Missal Romano. Não são permitidos outros

cantos, mesmo de adoração ou de devoção de algum grupo.

178. O cantor sacro ou litúrgico está a serviço da liturgia da assembléia.

Por isso, não lhe basta cantar sozinho; é necessário envolver e

levar a assembléia a participar, a cantar.

179. O cantor litúrgico e o coral exercem um ministério dentro da

celebração. Ao entoarem os cantos devem ficar em local

apropriado, que manifeste sua participação como assembléia, e

onde possam exercer seu ministério.

180. Os corais não devem substituir o cantar do povo da assembléia;

mas, sim, integrar-se, cantando junto ou intercalando os cantos

com o povo, nos diversos momentos litúrgicos.

181. Os instrumentos e os cantos serão tanto mais litúrgicos e

evangelizadores, quanto mais fiéis se mantiverem à natureza e

ao sentido da função litúrgica, e na proporção em que auxiliarem

a viver e a expressar o mistério que se celebra (cf. SC, 116).

A conservação da santíssima eucaristia e seu culto fora da missa

182. “Após a missa, as espécies sagradas sejam conservadas,

sobretudo para que os fiéis, e de modo particular os doentes e

os anciãos que não puderem estar presentes na missa, se unam,

mediante a comunhão sacramental, a Cristo e ao seu sacrifício,

imolado e oferecido na missa” (IRS 129).

183. Recomenda-se que o sacrário, na medida do possível, seja

colocado numa capela separada da nave central da igreja,

sobretudo naquelas igrejas onde há, com freqüência, casamentos

ou funerais, ou naquelas que são freqüentadas por muita gente

por causa dos tesouros artísticos e históricos.

Exposição do santíssimo sacramento

184. Não é permitido celebrar a missa diante do santíssimo sacramento

exposto. Se a exposição do santíssimo sacramento se prolongar

por um ou mais dias seguidos, ela deve ser interrompida durante

a celebração da missa, a não ser que a celebração seja realizada

numa capela separada do local da exposição.

185. No rito da exposição podem ser feitas leituras da Sagrada Escritura

com uma homilia ou breves exortações. As respostas à palavra

de Deus sejam cantadas. Será oportuno que haja momentos de

silêncio, que favoreçam uma profunda oração pessoal. O Tantum

ergo pode ser substituído por outro canto eucarístico. No final da

exposição será dada a benção com o Santíssimo Sacramento.

As procissões eucarísticas

186. Quanto as procissões eucarísticas, “testemunhos públicos de fé

e devoção a este sacramento”, compete ao ordinário do lugar

julgar também a respeito de sua conveniência nas condições do

mundo moderno” (IRS, 59).